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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

PRIMEIRA TENTATIVA...

A POLICLÍNICA E A REDE

A última reunião de acolhimento teve a ratificação de seus pontos negativos: a grande ausência das unidades (especialmente as mais novas e que ainda não possuem planos de acolhimento), que não deixam de estar comprometidas com a missão de apresentar seus planos dia 30 de Março. Também as ausências de figuras capitais para o adequado planejamento de nossa rede estiveram ausentes e, portanto, aspectos críticos como o SISREG (e o novo SISREG local), a infraestrutura e outras pactuações não tiveram sua melhor apreciação.

Mas tivemos como ponto positivo a participação da Enfa. Sonia, representando a Policlína Lincoln de Freitas, que na minha avaliação mais que compensou as demais ausências, pois trouxe para nossa pauta diversos entraves que precisam ser socializados na nossa rede, e ao mesmo tempo sua vida despertou nos demais participantes (Manguariba, Palmares, Lenice, Ciraudo e W. Berardinelli/Alagado). Mas vendo de outro ângulo, o fato da Policlínica ter apresentado e despertado tantas questões também me faz refletir quantas outras não são abordadas por não termos a participação da Regulação, da SPDM e de outras entidades. Tocamos apenas na ponta de um iceberg...

Dos muitos problemas que foram divididos no encontro, podemos registrar o quadro de regulação das especialidades na PLFF, pois mesmo deixando de lado o que se tem de notório e crônico (a dificuldade de lotar profissionais, a alta rotatividade, etc.) devemos nos preparar para um problema que refletirá sobre toda rede:

A PLFF tem pesquisado e identificado que muitos de seus pacientes “freqüentadores” de clínicas especializadas são pacientes estabilizados e que podem ser acompanhados nas clínicas básicas tranqüilamente. Mas o apego pelo serviço acaba por condicionar um uso perdulário de marcações e retornos desses pacientes. O resultado é que a agenda das especialidades fica enfartada de pacientes que poderiam ser absorvidos pela clínica básica (e sincronicamente, os pacientes das clínicas básicas que precisam de avaliação de especialistas ficam prejudicados, com imensa dificuldade de agendamento).

É preciso promover por parte da PLFF um processo de “desapego”, devolvendo esses pacientes as unidades básicas da territorialidade dessa clientela. Na mesma medida, é preciso que as UBS estejam preparadas para absorver e conquistar esses clientes. Mas não bastará o budismo da Policlínica para fazer esse processo; há unidades que entendem que poderá ser uma dificuldade absorver esses clientes por diversos motivos: a resistência do paciente em se desvincular da PLFF; dificuldades técnicas dos generalistas e clínicos básicos em dar continuidade a terapêutica (especialmente nos casos de pacientes da Psiquiatria); o NASF dará suporte para esses casos? E o CAPS?

Evidentemente, todas as unidades se interessam em garantir um processo de transferência que seja percebido pelo cliente como uma forma mais organizada de garantir uma assistência mais inteligente e conveniente, e não uma exclusão ou expulsão. É preciso que as unidades receptoras e a PLFF sejam parceiras na abordagem desse cliente que pode ser portador de diversas inseguranças, e precisa ser amparado dentro de suas fragilidades, até por serem na sua maioria portadores de doenças crônicas e/ou cercadas de estigmas. Um “convite” dos profissionais locais a esses pacientes para que passem a cuidar de seus agravos mais perto de casa, com sua equipe, poderá nutrir a credibilidade necessária a boa terapêutica (deixando claro a esse paciente que sempre que necessário, ele terá acesso ao serviço da PLFF como qualquer cidadão da região, só que de forma criteriosa e organizada, favorecendo a todos que necessitam de atenção especializada).

Varias propostas e recomendações para favorecer o acolhimento desses pacientes para que essa “transição” seja ágil e cativante para o cidadão, mas a efetividade e viabilidade de algumas idéias só podem ser concretas se divididas com outros atores desse cenário. É preciso engajamento da OS, da Regulação local, até mesmo de entidades “externas” a esfera municipal, mas que devem estar tão comprometidas quanto nós na busca de maior agilidade para solução das questões de saúde e bem estar da 5.3.

Em breve estaremos agendando um encontro de maior escala, com a participação de diversas entidades e mediação da CAP para legitimar esse processo tão complexo de mudança da racionalidade da assistência local de saúde.



PS: se for por falta de welcome drinks, providenciaremos...

Um comentário:

  1. Prezados amigos,

    Precisamos nos engajar de maneira solidária nesta empreitada, tendo em vista a responsabilidade que temos frente a população da 5.3, e a própria integridade dos profissionais que estão dialogando este momento tão significativo.
    Participem! Somente assim, poderemos fazer valer o verdadeiro significado da palavra acolhimento.
    Sorte a todos!
    Enfª Dilene - Lenice.

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